Estradas não caminhadas serão estradas apagadas

Esta é uma triste verdade que constatei com os meus próprios olhos este fim de semana,
em viagem ao interior do Rio Grande do Norte, mais precisamente em Luís Gomes/RN, onde passei a maioria das férias de infância e adolescência.

Fui visitar minha vozinha com a maioria dos familiares para comemorar os seus 100 anos de vida. Minha família costuma “render muito” rsrsrsrrsrsrsr.

Não poderia perder a oportunidade de mostrar para os meus filhos como fui feliz na infância e como era esse viver naqueles tempos. Tiramos um momento e fomos à granja do meu avô, já falecido, e a sua casa antiga, onde eu passava as férias. Lá mostrei para eles o meu quartinho da leitura que tinha uma janela para o lugar dos porcos e da horta. O lugar mais fascinante, entretanto, era a chamada “Bulandeira”, casa de farinha, do meu avô. Por lá passavam todos os dias as vacas do pasto para dormirem no curral.

Neste forno gigante, com entrada para a madeira na parte inferior, eram feitos os famosos bejus, tapiocas gigantes, no fim do processo de preparação da massa da tapioca. Uma delícia!!!

 

 

O fazendeiro sempre me chamava para ver essa passagem das vacas, apesar de eu morrer de medo delas. Não sei o porquê, mas ele me apelidou de “Lé”. Então, todos os dias ele gritava da casa de farinha: “Está na hora, Lé!!! Lé, ohhh, Lé!!!!” Eu ouvia o grito da casa do meu avô e descia correndo a ladeirinha de barro para chegar na bulandeira e subir no moedor de farinha, um lugar protegido, a fim de ver as vacas passando para o curral. Um momento emocionante!!!

Serginho está bem no meu lugar de “proteção” das vacas.

Uma outra aventura inesquecível era descer para a grande granja com minha prima, Sandra, para pegar siriguelas, a fruta de que mais gosto, e goiabas. Nós subíamos nos pés para colher essas frutas fresquinhas na hora. Estava ansiosíssima contando tudo isso e querendo apresentar ao vivo e em cores, durante a viagem, para meu esposo e filhos.

Grande foi minha tristeza ao tentar mostrá-los meu pé de siriguela e o de goiaba, pois o caminho que eu sempre percorria estava completamente fechado com outras árvores. Eu não poderia mais chegar até as minhas fruteiras.

Após o falecimento do meu avô, minha avó foi morar na cidade e outras pessoas cuidavam da granja. De modo que construíram outros caminhos para a plantação de bananas e de milho. O meu “pequeno caminho” não era mais percorrido.

Não consegui mais ver minhas fruteiras de infância, nem sei se ainda estão vivas lá! Mas sei que estão bem vivas em minha memória. Lugar no qual esse caminho é sempre percorrido e jamais será apagado.

Esse capítulo da minha história consegui compartilhar com os meus filhos, mesmo eles não conseguindo visualizar literalmente como era a minha vida naquele lugar.

Cada um tem a sua própria experiência e percorre os seus próprios caminhos. Se forem caminhos de bênçãos e de paz, não deixe de percorrê-los, mas se forem caminhos de perdição abandone-os e esqueça-os, pois serão perdoados por Deus e apagados da sua história.

Que o Senhor te abençoe ricamente!

Um grande abraço,

Samara Queiroz
Uma mulher comum com um Deus extraordinário!

12 comentários em “Estradas não caminhadas serão estradas apagadas

  1. Amada Pérola Samara que benção!

    Quanto é bom guardar em nosso coração caminhos percorridos em nossa infância. Como é bom ter vivido em uma fazenda, as lembranças sempre serão imensurável esperança de preciosos dias que tivemos a benção de viver… essas lembranças nos ajudam a tomar no futuro, decisões correta no caminho a percorrer.

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  2. Que linda história Sams. Momento maravilhoso em família e inesquecíveis para você e a família .
    Como a gente brincava e era feliz com tudo que era ligado a natureza e a simplicidade das coisas. Lembro como ficava ansiosa esperando as férias para aproveitar cada segundo com meus avós e brincar nos sitio , no banho de chuva , descer as ladeiras correndo kkkk eita que era bom viu . Não tinha medo de nada e nem adoecia com nada graças a Deus. Não tinha tanta virose como hoje . Foram momentos inesquecíveis ..!
    Eitaa bateu saudades

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  3. Bela estória Samara!
    Muito bom ter boas lembranças para passar para os nossos filhos.
    Impressionante como eles adoram ouvir, conhecer o nosso passado.

    Parabéns!

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  4. Uma bela reflexão Samara ! É muito bom saber que Deus cuida das nossas lembranças, sejam elas boas ou ruins.

    Deus continue usando sua vida para abençoar muitas mulheres.

    Parabéns

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